segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Nasci e cresci numa cidade na metade sul do Rio Grande do Sul que pra mim sempre foi quase um deserto. Andando por suas ruas dá pra contar o número de árvores de tão poucas que são, infelizmente a maioria dos habitantes de lá nunca se preocuparam com a arborização da cidade. Se alguém resolve plantar uma pequena muda na frente de sua casa, pode apostar que ela não sobreviverá até o dia seguinte. Já ouvi absurdos como: as árvores sujam as ruas com as folhas que caem, fazem sombra para quem quer tomar sol, as raízes quebram as calçadas...quanta ignorância. Com esse tipo de pensamento, a princípio, quem perde são os habitantes desse lugar.
No passado um prefeito resolveu arrancar muitas árvores do canteiro de uma rua central a fim de aumentar a pista para os carros, não lembro de ter havido resistência quanto a essa brutalidade.
Mas como se isso tudo não bastasse, atualmente indústrias de celulose e papel estão prometendo uma nova onda de “desenvolvimento” para a região com suas monoculturas de eucalipto. Novamente políticos e grandes empresários querem fazer a população acreditar nisso. O Deserto Verde, como é chamado, são árvores exóticas (árvores que não são da nossa região) plantadas em grande escala para suprir uma necessidade de produção industrial sem preocupação com sustentabilidade. Essas árvores são plantadas para serem abatidas e enquanto crescem secam o solo e matam a vegetação nativa, inviabilizando o crescimento de outros vegetais mesmo após o seu corte.
21 de setembro é o Dia da Árvore, mais que um dia de comemoração necessita ser um dia de conscientização: hoje também é o Dia Internacional Contra a Monocultura de Árvores.
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E é incrível que toda essa destruição promovida pela monocultura do eucalipto tenha como finalidade a fabricação de papel higiênico.
ResponderExcluirAlém disso, lembro que no inicio dos anos 90, um professor da extinta ETFPel desenvolveu uma técnica de extração da celulose de casca e palha do arroz, produto de grande cultivo na região. Isso caiu no esquecimento da grande mídia.
Bem lembrado! Se formos estudar a história do papel, vamos ver que ele não nasceu do eucalipto nem do pinus. O interesse econômico de grandes corporações faz com que a população acredite que só existe papel em função dessas árvores. Ano passado foi lançado o livro 'O Papel de Arroz entre nós' da autora Celina Cabrales que aborda a pesquisa com a fabricação de papel artesanal através da palha de arroz.
ResponderExcluirMuito bom teus blog's Bianca! Gostei muito do teu trabalho. É muito importante trabalhar com a conscientização da nossa sociedade, principalmente em relação a natureza. A internet nos proporciona tantas coisas boas e uma delas é essa, a aproximação das pessoas e o acesso a informações de qualidades. A "grande mídia" mascara nossa realidade e trabalha constantemente na alienação do homem. Mas agora todos temos armas ao nosso alcance para fazer a diferença. Tas fazendo a tua parte. Vai p/ meus blogs favoritos!
ResponderExcluirObrigada Vanessa, volte sempre!
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